O próprio Deus pecou! A música que acompanha este post, pela primeira vez (já!?), não possui nada 'especial' em si mesma. É no próprio som da banda que se encontra a singularidade, e não é na singularidade de cada uma das músicas que ela se manifesta. Por tal, a música que aqui se encontra é possivelmente, a mais genérica em relação ao som que os caracteriza e que eu tanto acarinho e destaco.
Pensei até mesmo em meter duas músicas em vez de uma para que melhor se perspective o que eu direi a seguir. E talvez o faça, logo se vê!
O ditongo das vogais 'a' e 'u' com a nasalização da letra 'm' são as peças do famoso mantra Hindu, o som do absoluto, o eco primordial, símbolo do três estados de consciência (vigília, sono e sonho) e a ponte para o além transcendente e vazio do real.
A sua vocalização desperta uma vibração hipnótica no crânio que liberta a mente do pensar (man: 'mente' ; tra: 'libertação' em saṃskṛtā). As ondas se espalham pelo corpo Humano, chocando com as suas fronteiras e voando noutra direcção em constante crescendo. E o corpo vira anfiteatro da meditação que por sua vez há-de virar ponte de peregrinação para os reinos oscilantes e dos espiritos.
Os mesmos sintomas e essência esotérica apresenta o som do duo intitulado Om.
Apenas um baixo e uma bateria são necessários para erguer e cimentar as divagações desta banda: improvisações à roda de riffs pré-concebidos na mente, apoiados pela bateria tribal e cuja raiz axial é a melodia da voz, o genuíno maestro do todo.
É impressionante o trabalho de baixo em todas as músicas; os riffs circulares lembram feitiços, e acompanhados de distorção ribombante, soam e actuam como verdadeiros mantras!
A voz, como ultimo bloco do arco, dá a cor e a fluidez ao instrumental sendo hipnótica e incontornável para a paisagem tão de meditação, do espírito e transcendência convalescente.
Existem dois tipos básicos de composições onde entre o pêndulo Om oscila e se mistura; as mais Stoner e Doom (e Sleep!) onde o baixo entoa por toda a faixa, o seu mantra congelador do raciocínio, como comando que divide em bocadinhos manuseáveis e abertos a mente do ouvinte em busca do desconhecido e de si, e a voz soa mais ameaçadora e de retórica cambaleante, falando no divino; e aquelas de som manso e flutuante onde o Pastor é o compasso de uma bateria muito mística e panteísta. As palavras murmurantes e subversivas em tom sagrado, criam a telepatia, criam a ponte e convidam o ouvinte a libertar-se ou, talvez, a penetrar-se ainda mais fundo!
Isto é o verdadeiro cume ascético atingido em escalada musical! O voo sonoro da metamorfose!
Bhima's Theme possui um pouco dessas ambas faces, é a amostra mais abrangente que é possível dar com uma só música, do som desta banda. Se quiserem aprofundar a visão clara dos extremos que falei recomendo que ouçam, para um a On The Mountain At Dawn | OM (bandcamp.com) e para o outro, a Pilgrimage | OM (bandcamp.com).
Pensei até mesmo em meter duas músicas em vez de uma para que melhor se perspective o que eu direi a seguir. E talvez o faça, logo se vê!
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O ditongo das vogais 'a' e 'u' com a nasalização da letra 'm' são as peças do famoso mantra Hindu, o som do absoluto, o eco primordial, símbolo do três estados de consciência (vigília, sono e sonho) e a ponte para o além transcendente e vazio do real.
A sua vocalização desperta uma vibração hipnótica no crânio que liberta a mente do pensar (man: 'mente' ; tra: 'libertação' em saṃskṛtā). As ondas se espalham pelo corpo Humano, chocando com as suas fronteiras e voando noutra direcção em constante crescendo. E o corpo vira anfiteatro da meditação que por sua vez há-de virar ponte de peregrinação para os reinos oscilantes e dos espiritos.
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Os mesmos sintomas e essência esotérica apresenta o som do duo intitulado Om.
Apenas um baixo e uma bateria são necessários para erguer e cimentar as divagações desta banda: improvisações à roda de riffs pré-concebidos na mente, apoiados pela bateria tribal e cuja raiz axial é a melodia da voz, o genuíno maestro do todo.
É impressionante o trabalho de baixo em todas as músicas; os riffs circulares lembram feitiços, e acompanhados de distorção ribombante, soam e actuam como verdadeiros mantras!
A voz, como ultimo bloco do arco, dá a cor e a fluidez ao instrumental sendo hipnótica e incontornável para a paisagem tão de meditação, do espírito e transcendência convalescente.
Existem dois tipos básicos de composições onde entre o pêndulo Om oscila e se mistura; as mais Stoner e Doom (e Sleep!) onde o baixo entoa por toda a faixa, o seu mantra congelador do raciocínio, como comando que divide em bocadinhos manuseáveis e abertos a mente do ouvinte em busca do desconhecido e de si, e a voz soa mais ameaçadora e de retórica cambaleante, falando no divino; e aquelas de som manso e flutuante onde o Pastor é o compasso de uma bateria muito mística e panteísta. As palavras murmurantes e subversivas em tom sagrado, criam a telepatia, criam a ponte e convidam o ouvinte a libertar-se ou, talvez, a penetrar-se ainda mais fundo!
Isto é o verdadeiro cume ascético atingido em escalada musical! O voo sonoro da metamorfose!
Bhima's Theme possui um pouco dessas ambas faces, é a amostra mais abrangente que é possível dar com uma só música, do som desta banda. Se quiserem aprofundar a visão clara dos extremos que falei recomendo que ouçam, para um a On The Mountain At Dawn | OM (bandcamp.com) e para o outro, a Pilgrimage | OM (bandcamp.com).