11.1.12

Beauty in the mundane


"It’s an ode to the city. It’s a very small ode done by people who love it and live here. It was an attempt to build a bit of community and make a rather vast place seems a bit smaller and more human. And more intimate. "



Finalmente cheguei ao fim desta série. Demorou uma eternidade, descontínua no tempo, mais de um ano. Na realidade não acabei porque é chegar ao fim e regressar ao inicio, começar a ouvir, relembrar, assim no mesmo ritmo, espaçadamente. A inspiração e os ensinamentos são inesgotáveis.

Jornalismo artístico? Sim, o jornalismo mais simples em conceito e por isso o mais puro, tornando-se arte só de se expressar, por ser essa a sua natureza. One in 8 million é como um livro composto de muitas histórias contadas através da excelente fotografia que revela o contexto mas deixa livre a imaginação, o preto e o branco unindo tudo, gente e lugares, e tudo mistificando! E através das vozes narrantes que enriquecem o imaginário com os seus tons, timbres, sotaques! Os sotaques são uma paixão, as subtilezas, floreados, a forma como as palavras terminam num som húmido seguido de um silêncio que deixa algo no ar.. o típico baritone americano, as múltiplas variantes dos diferentes estados e os exotismos de outras culturas: italiano, jamaicano, latino!

Vozes de cada protagonista, as expressões e olhares do dia-a-dia, cada qual com a sua história, gente de New York: the grandfather; the walker; the ladie's man, the green thumb, the pier kid, the pathologist - a riqueza das vidas comuns, a riqueza da diversidade! Pobre é nascer-se singular, só uma personalidade, apenas única criatura, não poder ser mais, ser todos, ser essa riqueza...
ao menos senti-la é possível, é o que faz esta galeria!