Um post dedicado à malta dos downloads! Agora até sabe bem, com estas palhaçadas de SOPA's e PIPA's... nada melhor que fazer downloads disponibilizados pelos próprios artistas para nos relembrar-mos que os tempos mudaram e os valores também, o negócio agora faz-se de outra maneira, num novo meio, o mais dinâmico e competitivo de todos! E porquê? Porque é livre, acessível e igual sejas quem fores. E estas características aproximaram o diálogo entre consumidor e artista, tornando as acções de ambos mais genuínas: Agora o artista expressa a sua arte! Agora os seus fãs apoiam-no directamente (intermediários reduzidos ao mínimo indispensável)! Querem relação mais legítima? Maior valorização da propriedade do que isto?
Andei a explorar esta página da Lovers and Lollypops. É só material de projectos portugueses, muito trabalho interessante, algumas coisas não consegui ouvir porque não tenho acesso ao iTunes. Mas vale a pena perder um tempo a vasculhar tudo o que por aí anda.
Deixo aqui os trabalhos de que mais gostei, carreguem nas capas para fazerem o download.
Que ainda não conhece Black Bombaim tem aqui a melhor apresentação possível. Saturdays and Space Travels é constituído por dois colossos de 20 minutos cada um, perfeitos embaixadores do som desta banda: ciclones e espirais dançantes (e dançáveis!) de alucinação comandadas pelas energias dos astros, o som expandido-se até às estrelas, visões caleidoscópicas de nebulosas, um portal para o delírio! Se, depois de acabada a audição, acharem que as personagens da capa traduzem perfeitamente a vossa relação com esta música - almas gémeas unidas através das infinitas dimensões abstractas de uma e de outra. - então parabéns, encontraram um novo amor! A seguir é ouvir e comprar o álbum.
Guilherme Canhão é metade do poderoso duo Lobster e como que em oposição a esse poder, expõe a sua intimidade através da guitarra e periféricos electrónicos. Um som rico no seu minimalismo, pormenores aqui e além, paisagens sonoras tão expressivas, puxando a emoção, viagens que nos embalam em memórias.. reflexões, um largar-se do mundo através destas composições! Foi uma descoberta muito positiva, boas ideias. É estar de olho nele! Querem mais?
Blues traquina, blues brincado, blues que divaga e que devaneia, divagações electrónicas, devaneios inchando de volume, rugindo, afirmando. A fazer lembrar uma versão despida dos Lululemon. Em quantos mais sítios o ouvirem, mais diferentes as circunstâncias, as condições climatéricas, descobrirão que é uma excelente banda-sonora para qualquer actividade do dia-a-dia. Um álbum muito sólido, principalmente para primeiro! Tren Go! Sound System toca a criar um sucessor!
E por último, Jorge Coelho. Último mas definitivamente, para mim, o mais curioso, mais promissor.. Tinha o trabalho de casa sobre este músico muito mal feito, confesso, apesar de o conhecer à bom tempo, desde que o vi ao vivo. Culpa de ambos! Culpa dele por não me ter cativado no concerto e culpa minha por me deixar esquecer que apesar de tudo, estava a assistir - e sabia-o - a um músico com um estilo único. Esta música recordou-me. Um dia no Porto é o Jorge Coelho que eu ouvi no Porto, nesse dia. O estilo mais amadurecido, mais domado. A guitarra acústica, o som amplificado, a exploração de novos caminhos, novas afinações, ele não quer ir por onde já exista pavimento, ele sabe que encontrou algo novo, na altura talvez ainda um lamaçal por drenar, definir, expressar em plenitude, mas agora... agora como estará? Esta música é de 2010, onde está este Jorge Coelho agora? Existem muito poucos trabalhos dele neste registo, uma pena! Também não tem um site oficial, existem coisas espalhadas por sites de editoras, mas foi uma busca efémera: nada como este Um Dia na Porto. Enfim, há dias assim, únicos!
