30.11.11

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"Technology is great"  "The industry is dead"   "Artists have the power"   "The craft is gone"   
"Time, place and occasion"

Uma interessante reflexão sobre a forma como a arte é criada e experimentada nos dias de hoje. O documentário marginalizou algumas artes, focando-se mais naquelas cujo avanço da tecnologia democratizou os meios e oportunidades de manifestação criativa a qualquer pessoa. Um portátil com o software adequado permite a qualquer um criar música ou um filme de qualidade (tecnológica) boa, ter um excelente portfólio fotográfico e difundir todo esse material para o mundo através da Internet.
O documentário questiona se esta revolução digital é o próximo passo na evolução da arte ou uma torneira aberta de onde jorram todos os dias produções criadas por pessoas sem talento que mais tarde ou mais cedo formarão aquilo que alguns dos entrevistados no documentário classificaram de "ocean of garbage", "mediocricy", "dark age of culture".


Depois de assistir, fiquei com a impressão de que parece haver muita gente ligada profissionalmente a este ramo, com a opinião de que nem todas as pessoas deviam andar por aí a expressar-se artisticamente quer seja porque não têm a formação necessária para o fazer, ou simplesmente porque não possuem qualquer talento. Seria interessante saber se alguns dos profissionais responsáveis por fenómenos tipo Justin Bieber partilham desta opinião! Bom...


A minha, baseada em grande parte na experiência própria, é a de que, basicamente, qualquer pessoa que sinta o desejo de produzir arte, seja qual for a forma, deve fazê-lo sem hesitação.
Criar arte é um acto de valor extremamente egocêntrico, nunca altruísta. Arte feita pela vontade dos outros não é arte. O artista responde sempre a uma necessidade que nasce no seu ser quando produz arte, nunca nos outros seres. Penso também que para quem o faz, o acto de criar é sempre benéfico (principalmente a nível de estabilidade emocional e psicológica, autoestima, etc), tal como é a satisfação de qualquer outro desejo nosso.
Outra coisa que penso, quem já não sentiu, ao apreciar uma obra de arte, vontade de se expressar também daquela maneira? É paradoxal que venham artistas reclamar que anda demasiada gente a tentar ser como eles! E pior que tudo, dizer que é preciso formação! Pelo que aprendi, basta desejo, ideias e força de vontade!